maiores estrelas da MPB e ficou famoso pela polêmica sobre os cachês pagos aos artistas. Por “questão de mercado”, ou seja, por vender menos discos, Paulinho da Viola recebeu o menor cachê.
Não se trata de biografia de Paulinho, que completa 60 anos em 12 de novembro. Velhas Histórias, Memórias Futuras recompõe os anos de formação de Paulinho, num período em que o Brasil buscava explicação sobre si mesmo, sua origem e identidade.
O show serviu de mote para
o inconformismo do autor com os critérios de valor de uma obra, restritos apenas aos critérios do “mercado”: vende bem, é bom. O que não quer dizer que, se não vende bem, seja mau.
Eduardo quer mostrar como Paulinho é “uma dessas pessoas que assumem a missão de conservar a memória e a sabedoria populares”. E não se trata de conservar no sentido de mumificar a tradição. Em Paulinho da Viola, a tradição é viva, recriada e renovada. Como se velhos sambas e sambistas fossem sua fonte da juventude:
“Chama por Cartola, chama por Candeia, chama Paulo da Portela, chama Ventura, João da Gente e Claudionor. Chama por Mano Heitor, chama Ismael, Noel, Sinhô…” (Bebadachama, cd Bebadosamba, 1997).
O livro, originalmente pesquisa acadêmica realizada, em parte, na École des Hautes Études (Escola de Altos Estudos), Paris, tem seu lado militante. Quer mostrar que quem bebe na bebadachama tem vida eterna.
Um show ocorrido em 1996 no Rio de Janeiro deu origem a Velhas Histórias, Memórias Futuras, trabalho de Eduardo Granja Coutinho. Aquele evento reuniu as
Nem tudo que encalha é mau,
nem tudo o que vende é bom