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Nossa independência foi deflagrada por um carteiro

A figura do mensageiro sempre esteve presente na história do País. No início eram tropeiros e escravos que faziam esse papel. Em 1663, foi inaugurado o Correio-Mor, serviço responsável pela troca de correspondências entre a Colônia e Portugal. Mais de 150 anos depois entraria em cena Paulo Bregaro, um coadjuvante fundamental para a história do Brasil.

Em 1822, a relação entre dom Pedro I e a Coroa Portuguesa estava estremecida. Nesse clima, chegou uma mensagem com ordens de Portugal, entre elas, a volta imediata do príncipe para a Europa. Como Pedro estava em São Paulo, a futura imperatriz Leopoldina e o ministro José Bonifácio receberam a carta. Bonifácio convocou o mensageiro Bregaro e determinou: “Arrebate e estafe quantos cavalos necessários, mas entregue a carta com toda a urgência”. O rapaz rumou a São Paulo a todo vapor – de fato, trocando de cavalo várias vezes. O encontro com o príncipe se deu em 7 de setembro, próximo ao riacho Ipiranga. Ao ler os escritos, dom Pedro reuniu a guarda e, arrancando os laços de cores portuguesas, ordenou: “Laços fora, soldados! Camaradas, as cortes de Lisboa querem mesmo escravizar o Brasil: cumpre, portanto, declarar a sua independência. Estamos definitivamente separados de Portugal”. E bradou a famosa frase: “Independência ou morte seja a nossa divisa!”. Pelo menos foi o que ficou registrado na história oficial do Império. Precisa ou não a descrição, o fato é que Paulo Bregaro, o carteiro, se tornou patrono dos Correios.