A história entrou para o folclore do futebol: numa partida entre Corinthians e Palestra Itália, atual Palmeiras, o atacante corintiano Neco se irritou com o goleiro adversário e ameaçou agredi-lo com o cinto que segurava os calções dos atletas à época. O jogador morreu jurando que apenas tirou o cinto para ajustá-lo melhor, mas o caso ajudou a acirrar a maior rivalidade do futebol paulista.
O paulistano é o jogador que por mais tempo vestiu a camisa do clube: entre 1913 e 1930 foi ídolo maior do time. O atacante marcou 235 gols e ajudou o Corinthians a ganhar seus primeiros oito títulos paulistas. Se deu cintadas ou não, o fato é que quase sempre arrumava confusão com os palestrinos. Uma vez, um diretor alviverde tentou suborná-lo para o Corinthians perder. Ele fingiu aceitar o acordo. Mas marcou os gols que decretaram a vitória corintiana e ainda gastou o dinheiro em cerveja com os amigos do clube.
Neco era apaixonado pelo Corinthians. Chegou a “roubar” o clube por amor. Em 1915, o Corinthians estava ameaçado de fechar e ter seus bens penhorados. Neco buscou todo o patrimônio possível e escondeu em sua casa. Ele foi o primeiro jogador a ganhar um busto na sede do Corinthians. Também integrou a seleção brasileira em sua primeira conquista, o Sul-Americano de 1919.
Com a fila sem títulos do clube, iniciada em 1954, Neco sofreu demais. Temia nunca mais ver o amado Corinthians ser campeão. E foi o que aconteceu. Neco morreu em 1977, quatro meses antes do Corinthians ganhar da Ponte Preta e sair da fila de 22 anos sem títulos.
Da Redação do Almanaque Brasil